quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Composição química do pescado e seus derivados

Composição química do pescado

A carne do pescado é sua porção comestível mais importante, constitui-se principalmente de tecido muscular, tecido conetivo e gordura. A composição química da carne do pescado depende de muitas variáveis, entre as quais se destacam espécie, idade estado fisiológico, época e região de captura. O peixe de mais idade geralmente é mais rico em gordura e contem menos proporção de agua. Em determinadas épocas os peixes ficam mais magros e a carne apresenta maior conteúdo de agua, enquanto sua riqueza em proteínas e sobretudo gordura é menor. Normalmente esse estado aparece após a desova, o que ocorre na primavera na maioria das espécies que vivem em aguas temperadas e árticas. Quando os animais começam a se alimentar de novo, recuperam suas características habituais.
A água é um dos componentes do peixe que apresenta maiores variações relacionadas à espécies e às épocas do ano, e pode compreender de 53 a 80% do total. De maneira geral admite-se que há nos peixes correlação inversa entre o conteúdo de água e o de lipídeos totais, muito mais acentuada no caso de espécies gordas.

Proteínas:
A maioria dos componentes nitrogenados do pescado faz parte das proteínas. Entretanto, os tecidos musculares contem principalmente compostos nitrogenados não-proteicos.
Dependendo de sua solubilidade, as proteínas podem ser divididas, assim como as da carne, em sarcoplasmáticas, miofibrilares e insolúveis. Estas últimas proteínas têm menos interesse no pescado do que na carne, destacando-se nos dois casos o colágeno e a elastina. O tecido do pescado é muito mais débil e fácil de se romper, degradando-se mais rapidamente e a baixas temperaturas.

Proteínas sarcoplasmáticas:
As proteínas sarcoplasmáticas do músculo do pescado representam em torno de 20 a 30% do total de proteínas e de maneira geral, suas características são similares as da carne dos animais de abate. Normalmente as proteínas sarcoplasmáticas do pescado apresentam peso médio inferior à dos mamíferos. As quantidades das proteínas sarcoplasmáticas coloridas, como a mioglobinas e citocromo variam muito segundo as espécies, mas nunca atingem os valores da carne.

Proteínas miofibrilares:
Esse grupo de proteínas ocupa lugar de grande importância do ponto de vista nutritivo e também tecnológico. Há uma evidencia de que as mudanças alteram a textura do pescado são resultado direto das mudanças que ocorrem nas proteínas miofibrilares. No pescado a proporção de proteínas miofibrilares em termos de proteína muscular (65 a 75% do total) é superior à da carne dos animais de abate.

Proteínas de estroma:
São de alguma importância na textura do pescado. Sua quantidade é quase sempre menor do que na carne dos mamíferos. A temperatura de gelatinização do colágeno do pescado é inferior à do colágeno dos mamíferos.

Aminoácidos:
As diversas espécies de pescado não diferem quanto a sua composição em aminoácidos, embora algumas espécies possam ser ricas em histidina. Devido ao conteúdo de aminoácidos essenciais, o valor nutritivo das proteínas do pescado é muito alto.

Gordura:
O conteúdo de gordura do pescado sofre variações muito significativas dependendo da época do ano, da dieta, da temperatura da agua, da salinidade, da espécie, do sexo e da parte do corpo analisada. A variações de lipídicas entre indivíduos da mesma espécie são muito acentuadas.
O termo gordura engloba um grupo muito heterogêneo de substancias, que do ponto de vista funcional podem ser divididas em dois grandes grupos:
a)      Lipídios de reserva: são os que se encontram em proporções superiores a 1% do peso vivo e, entre os peixes que possuem músculos escuros e aqueles com músculos claros são mais abundantes nos primeiros.
b)      Lipídios estruturais: não servem como material de reserva, mas desempenham alguma função biológica. A maior parte é constituída por fosfolipídios.

Produtos derivados do pescado:

Escabeche
Significa o emprego de molho de vinagre e, muitos casos, de louro, para conservação do pescado e de outros alimentos de origem animal.
A aplicação do escabeche foi variando ao longo dos anos. No início sua finalidade era conservar o alimento (carne ou pescado) durante maior período possível e de forma secundaria diversificar a apresentação de alguns pescados, principalmente arenques, atuns, mexilhões e cavalas.
A ação conservante do escabeche reside na ação combinada de leve perda de agua durante o processo de queda do pH devido a ação do ácido acético do vinagre, da leve ação do NaCl e das especiarias adicionadas.
Conservas e semiconservas
Há muitas espécies de conservas de pescados que são enlatadas para sua conservação, destacando-se sardinha, atum, cavala e outras espécies.

Surimi e derivados
Surimi é um termo japonês que significa músculo de pescado picado, embora não seja estritamente isso, mas um pouco mais. Seu processo de elaboração implica eliminar espinhas, tecido conjuntivo e tudo aquilo que pode ser considerado não funcional para obter uma massa de actomiosina com conteúdo aquoso similar ao original do músculo do pescado. O surimi é preparado a partir de espécies pouco valorizadas e de difícil comercialização.

Concentrados proteicos de pescado (FPC)
Os concentrados proteicos de pescado são basicamente produtos desidratados e moídos, com conteúdo variável de proteínas, que podem apresentar ou não sabor e aroma de pescado, dependendo do método de obtenção utilizado. A fabricação deste tipo de produtos assim como no caso do surimi, permite o aproveitamento de espécies que são pouco aceitas para o consumo direto e de recortes e porções resultantes de corte em filé de algumas espécies de pescado.

Kátia, Fabiane e Werlen




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