quinta-feira, 31 de agosto de 2017

TILÁPIA

A tilápia do Nilo (origem africana), Oreochromis niloticus, pertence a ordem dos Perciformes e família Cichlidae, tendo como característica ser um peixe de escamas, com listas verticais na nadadeira caudal, apresentando coloração cinza-azulada e hábito alimentar fitoplanctófago (se alimenta de algas do tipo específico). As tilápias são de clima tropical, que apresentam conforto térmico entre 27 a 32º C, possuem uma grande rusticidade a doenças e superpovoamentos com baixos teores de oxigênio dissolvido na água, de 0,44 a0,7 mg/L em alvinos de 10 a 25 gramas. Elas apresentam a carne saborosa, de cor branca, suculenta e ausência de espinhos, tornando assim, atraente o seu cultivo. Os principais nutrientes da tilápia do Nilo são: umidade 75 a 81,8%, proteínas 14,81 a 21%, lipídeos 0,99 a 3,99% e cinzas 0,8 a 2,4%.

O processamento industrial deste peixe iniciou-se na década de 90, no oeste do Paraná, priorizando-se principalmente o beneficiamento de filés congelados. O rendimento em filé da tilápia do Nilo é considerado baixo (30 a 35%), quando comparado com com outros peixes cultivados de água doce, como o pacu (52,7%). Portanto, para cada 1 kg de tilápia abatida, cerca de 350g aproximadamente de esqueleto com carne aderida são gerados.

Tipos de abates:

  • Eletronarcose (ChE) : Onde os peixes são colocados em caixas plásticas logo após a colheita adiciona-se salmoura supersaturada de cloreto de sódio atingindo a salinidade de 0,03%  e água e aplicada corrente elétrica de 154 V e 8,0 A, durante 120 segundos, até insensibilização. Sendo o mais indicado, pois tem uma interferência positiva na velocidade de entrada em rigor mortis e na degradação do ATP e  causa menos sofrimento,  porém é muito oneroso;
  • Asfixia gasosa: os peixes são colocados em caixas plásticas e imergidos em água logo após a colheita, e adiciona-se 70% de gás CO2 (Dióxido de  Carbono) até insensibilização. Considerado como um dos mais estressantes métodos de abate;
  • Hipotermia (AG): Consiste em imergir o peixe em água gelada em temperatura  em torno de 1°C até insensibilização.

O abate por choque térmico e asfixias não são considerados aceitáveis em se tratando de bem estar animal, mas é o mais utilizado nas indústrias de beneficiamento pela facilidade da aplicação resultados positivo de qualidade.
Após a aplicação dos tratamentos de insensibilização realiza-se a sangria de cada peixe com a perfuração dos brônquios, em seguida são submersos em água gelada em temperatura de 1°C.
O Brasil ainda não possui uma legislação específica para o abate humanitário em peixes, somente normas de como manipular e conservar.
O RIISPOA- REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, estabelece no Decreto 3.748 de Julho de 1993 Capitulo VII artigo 413 seção I. Pescados e derivados.
Dos estabelecimentos de pescados e derivados: Art. 19. :Decreto 9.013 de 29 de Março 2017 Cap II. Art. 19.  § 2º.

De acordo com dados da Embrapa, a produção da tilápia (Oreochromis niloticus) no Brasil cresceu cerca de 223%, enquanto que em 2005 a produção no país foi de 67.850,50 toneladas (de acordo com o Ibama- Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em 2015 219.329 toneladas (de acordo com o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Alguns fatores que contribuíram para alavancar a produção de tilápia foram:
- Clima favorável;
- Rusticidade da espécie aceitando diferentes sistemas de produção;
- Alta demanda dos produtos;
- Bom resultado em cultivos intensivos.
Outro fator que alavancou o cultivo foi a regulamentação do uso das águas públicas para cultivos intensivos de peixes em tanques-rede, ou seja, o uso de água de lagos e reservatórios de hidrelétricas, sem precisar da posse dessas águas. Além disso, a rentabilidade da tilapicultura, pode variar de 10 a 20%, o que tem levado a um maior investimento com aquisição de equipamentos que melhoram a qualidade da água e automatizam o cultivo, como por exemplo, rações Premium, uso de aeradores, alimentadores automáticos e outros.
O clima de cada região juntamente com todos os fatores já citados, impõe uma diferença entre as produções. Porém a tilapicultura tem crescido cada vez mais no país, e tende a crescer muito mais.


EQUIPE: Andréa, Cristina e Eliseu.

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