A
tilápia do Nilo (origem africana), Oreochromis niloticus, pertence a
ordem dos Perciformes e família Cichlidae, tendo como
característica ser um peixe de escamas, com listas verticais na nadadeira
caudal, apresentando coloração cinza-azulada e hábito alimentar fitoplanctófago
(se alimenta de algas do tipo específico). As tilápias são de clima tropical,
que apresentam conforto térmico entre 27 a 32º C, possuem uma grande
rusticidade a doenças e superpovoamentos com baixos teores de oxigênio
dissolvido na água, de 0,44 a0,7 mg/L em alvinos de 10 a 25 gramas. Elas
apresentam a carne saborosa, de cor branca, suculenta e ausência de espinhos,
tornando assim, atraente o seu cultivo. Os principais nutrientes da tilápia do
Nilo são: umidade 75 a 81,8%, proteínas 14,81 a 21%, lipídeos 0,99 a 3,99% e
cinzas 0,8 a 2,4%.
O
processamento industrial deste peixe iniciou-se na década de 90, no oeste do
Paraná, priorizando-se principalmente o beneficiamento de filés congelados. O
rendimento em filé da tilápia do Nilo é considerado baixo (30 a 35%), quando
comparado com com outros peixes cultivados de água doce, como o pacu (52,7%).
Portanto, para cada 1 kg de tilápia abatida, cerca de 350g aproximadamente de
esqueleto com carne aderida são gerados.
Tipos
de abates:
- Eletronarcose (ChE) : Onde os peixes são colocados em caixas plásticas logo após a colheita adiciona-se salmoura supersaturada de cloreto de sódio atingindo a salinidade de 0,03% e água e aplicada corrente elétrica de 154 V e 8,0 A, durante 120 segundos, até insensibilização. Sendo o mais indicado, pois tem uma interferência positiva na velocidade de entrada em rigor mortis e na degradação do ATP e causa menos sofrimento, porém é muito oneroso;
- Asfixia gasosa: os peixes são colocados em caixas plásticas e imergidos em água logo após a colheita, e adiciona-se 70% de gás CO2 (Dióxido de Carbono) até insensibilização. Considerado como um dos mais estressantes métodos de abate;
- Hipotermia (AG): Consiste em imergir o peixe em água gelada em temperatura em torno de 1°C até insensibilização.
O abate por choque térmico e
asfixias não são considerados aceitáveis em se tratando de bem estar animal,
mas é o mais utilizado nas indústrias de beneficiamento pela facilidade da aplicação
resultados positivo de qualidade.
Após a aplicação dos
tratamentos de insensibilização realiza-se a sangria de cada peixe com a
perfuração dos brônquios, em seguida são submersos em água gelada em
temperatura de 1°C.
O Brasil ainda não possui
uma legislação específica para o abate humanitário em peixes, somente normas de
como manipular e conservar.
O RIISPOA-
REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL,
estabelece no Decreto 3.748 de Julho de 1993 Capitulo VII artigo 413 seção I. Pescados
e derivados.
Dos estabelecimentos de
pescados e derivados: Art. 19. :Decreto 9.013 de 29 de Março 2017 Cap II. Art. 19. § 2º.
De acordo com dados da
Embrapa, a produção da tilápia (Oreochromis
niloticus) no Brasil cresceu cerca de 223%, enquanto que em 2005 a produção
no país foi de 67.850,50 toneladas (de acordo com o Ibama- Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis), em 2015 219.329 toneladas (de acordo com
o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Alguns
fatores que contribuíram para alavancar a produção de tilápia foram:
- Clima
favorável;
-
Rusticidade da espécie aceitando diferentes sistemas de produção;
- Alta
demanda dos produtos;
- Bom
resultado em cultivos intensivos.
Outro fator
que alavancou o cultivo foi a regulamentação do uso das águas públicas para
cultivos intensivos de peixes em tanques-rede, ou seja, o uso de água de lagos
e reservatórios de hidrelétricas, sem precisar da posse dessas águas. Além
disso, a rentabilidade da tilapicultura, pode variar de 10 a 20%, o que tem
levado a um maior investimento com aquisição de equipamentos que melhoram a
qualidade da água e automatizam o cultivo, como por exemplo, rações Premium,
uso de aeradores, alimentadores automáticos e outros.
O clima de
cada região juntamente com todos os fatores já citados, impõe uma diferença
entre as produções. Porém a tilapicultura tem crescido cada vez mais no país, e
tende a crescer muito mais.
EQUIPE: Andréa, Cristina e Eliseu.
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